quinta-feira, março 25, 2010

Zombies...

De há um tempo para cá algo tem vindo a incomodar-me mais que as habituais e incomodantes borbulhas que insistem em popular na região perineal, como se de um campo minado se tratasse.
Falo de pessoas que, sendo o assunto discutido férias, acabam por afirmar que "tempo demais de férias não é para mim, que depois fartava-me de estar sem nada para fazer" e aqui, após a vocalização do último verbo, incorre em mim uma urgência em espetar talheres de prata nos globos oculares destas ovelhinhas. Haverá pessoas mais formatadas para, exclusivamente, trabalhar? Que triste vida possuem estes animais para não conceberem a sua vida sem trabalho?
Mais, quando esta conversa surge em contexto de "se ganhasse o euromilhões". Nestes momentos apetece-me acorrentar as famílias destas acéfalas criaturas, regar-lhes as partes baixas com petróleo e colocar um idoso com Parkinson a "brincar" com uma caixa de fósforos, não fosse o tópico "euromilhões" idiota o suficiente...
Toleraria, amiúde, se argumentassem em caso de doença e consequente baixa. Por exemplo, uma Intervenção cirúrgica que implique a não realização de esforços físicos equivale a uma baixa de, vá lá, um mês. Sendo que na primeira semana as dores são mais intensas e ainda está "fresco"(dependendo da IC, claro), os restantes dias de baixa seriam considerados "férias". MAS, mesmo neste caso, apenas aceitaria o "fartava-me de não ter nada para fazer" se o ano fosse 1940 e, tal como agora, vivêssemos numa aldeia onde não se passa nada. A taxa de suicídios nessa altura era elevadíssima, porque, de facto, AS PESSOAS NÃO TINHAM NADA PARA FAZER! Ou trabalhavam no campo, ou no campo trabalhavam. A solução mais plausível em muitos casos era passar uma corda pela trave mestra da quinta e tentar planar, servindo-se do pescoço como auxiliar.
Não haviam computadores, não haviam torrents, não havia cinema, não haviam filmes por estrear que já se podiam "comprar" online, não havia Porno-grafia, e muitos etc´s.
Actualmente, não encontro sentido em alguém se fartar de não ter nada para fazer, acordem! Saiam da cápsula de apatia tão característica do povo Português nos últimos anos, ajam! O País está assim por demasiada incompetência acumulada. Explorem outras áreas, façam outras coisas, procurem, experimentem, Façam!
Pensar nestas coisas faz com que muita gente me evite nos dias que correm.

1 comentário:

Ana, Dona do Café disse...

eu quando me vi à nora para encontrar algo para fazer a seguir ao curso, os primeiros dois meses de apatia souberam-me pela vidinha...os seguintes puseram-me a deprimir pela vidinha também.
Conheço quem viva para trabalhar, sim... quem esteja durante os 15 dias de férias "forçadas" a suspirar por voltar ao emprego; quem se levante bem cedinho mesmo ao fim-de-semana porque não se sente bem em ficar na cama sem fazer nada (nunca percebi isto)...
Mesmo nesses meses em que fiquei paradinha, mesmo que quisesse estar 'de férias', havia sempre tanta burocracia para tratar e tanto problema, que era quase uma alegria ter uma tarefa qualquer.. :P - menos as más :D Fui visitar o médico de família, fazer exames e macacadas necessárias que não tinha feito por falta de tempo... Sair? Sair à noite com amigos? Esses estavam a trabalhar ou a estudar, também não dava! :)
Apatia é boa por férias, descanso forçado passa de uma coisa minimamente boa ao ouvido para uma coisa chata num ápice.
enjoy life!
A*