A tristeza de viver em Portugal e de ser Português afinal superou em tudo a minha expectativa, deixo apenas uma frase de uma revista de fotografia que adquiri, que exprime, de modo sucinto, a minha opinião relativamente a esta febre pela bola:
"(...) num País onde a única coisa que parece unir o povo em torno da sua bandeira é um objecto esférico rolando num relvado. Os mesmos Portugueses que compram tudo na internet porque é barato, que vão a Espanha às compras...porque é barato, que mandam vir as camâras fotográficas de fora...porque é barato, enchem-se de brios e desfraldam (ou estendem...) bandeiras nos estendais e pespegam o estandarte no carro, por todo o lado, numa ilógica febre nacionalista que lhes passará logo que a bola acabe. E que, talvez, o país se fine, porque estiveram todos a ver a bola, esquecidos da realidade que lhes corre logo do lado de fora da porta de casa."
Agora que a bola acabou, e depois de uma recepção estupidamente heróica dos jogadores por adeptos que, pelos vistos, preferem passar horas a destilar para ver chegar de autocarro senhores que recebem de ordenado mais num mês que 3 gerações das suas famílias do que passar o domingo com a família ou amigos na praia por exemplo, a crise voltou! Já há incêndios por todo o lado, explosões na Índia, Coreia do Norte pronta a nuclear os EUA, Bush continua idiota, Portugal está na merda e os políticos estão-se a cagar para isso porque têm o deles assegurado.
Enfim, mudando de assunto, uma coisa que me faz alguma confusão são os "jornalistas" do mundial que aparecem por lá nas entrevistas com telemoveis em vez do clássico microfone...e pergunto...porquê?
Será que se tratam de estações televisivas ou radiofónicas tão limitadas orçamentalmente que não conseguem de maneira nenhuma arranjar um microfone? Ou será que, imaginemos, se trata de um menino da mamã que telefona à mesma para confirmar o seu paradeiro? "Mãe, tou ao pé do senhor que tá a ser entrevistado, ora ouve!"
Os últimos dias foram de viagem, sexta e sábado andei por Lisboa, na minha primeira experiência nocturna por esta cidade. Sexta feira fui até à "fama", a discoteca que, segundo li, supostamente teria como porteiras Sara e Tristana Esteves Cardoso...primeira desilusão da noite...um pretalhão chamado Carlão. Lá entramos e depressa fiquei deslumbrado...com a bela merda que se me apresentava à frente. Betos bebedissímos com as hormonas saltitantes e betinhas morangos com açucar (algumas bastante "comestiveis", tudo com trela e dono). Ponto alto da noite: 7 da manhã e a comer um caldo verde e um pão com chouriço ali para Santos, o que deixa uma ideia da noite em si.
Sábado tinha obrigatoriamente que ser melhor! Começámos pelo bairro alto, que se encontrava apinhado, segundo os locais. Nunca tinha visto tanta gente...esquisita. Que panóplia de grupos que por ali deambulam! Sendo que a parte homogay se encontra representada, na minha opinião, em número excessivo.
Ao atingir a hora crítica do bairro alto (4:00) decidimos ir até ao op art, nas docas, onde dancei ao lado da Sharon Stone Portuguesa, Benedita Pereira, o novo sex symbol aí da Praça Pública por ter mostrado a tetinha e descruzado a perna na nova coqueluche prime time da TVI. Esteve lá, fumou o seu charrinho com as amigas e amigos e seguiu a sua vida.
Gosto de estar de férias, é do que mais gosto de fazer, e mete-me sempre um nico de raiva quando alguém me diz na cara que nas férias se cansa de não ter nada para fazer. Partindo daqui, indago-me porque motivo não tenho tempo para não fazer nada?
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