Em puro estado de nostalgia recordei os desenhos que perdia horas a fazer enquanto puto com a mania de ser rebelde. Lápis, afia e um papel branco, ou de linhas, conforme a disponibilidade (não tinha computador, logo não havia resmas de papel para a impressora, mimados de agora....).
E, dentro destas aventuras gráficas, havia sempre alguma coisa que saía não tão bem como se esperaria...a cor da pele dos bonecos. Tentava-se o vermelho, o cor de rosa, o laranja, mas não era bem o que se pretendia.
Até à chegada triunfal do lápis cor de pele. Não bastando o nome, todo ele bastante convencido (tínhamos o vermelho, o verde, o roxo, o amarelo. Do nada chega este cor de pele. Cor de pele? mas isso é lá cor? Os mais conservadores chegaram a temer a chegada do cor de diarreia, cor de período, cor de vómito e por aí fora), chegou a possibilidade das nossas personagens não parecessem mutantes contaminados com uma bactéria até agora desconhecida e com elevadas probabilidades de serem abatidas e estudadas pelo governo durante longos e angustiantes anos e sim possuírem uma tez mais socialmente aceitável...
Agora que penso melhor nisso...a minha vida profissional seria bem diferente se em vez do cor de pele tivessem introduzido o cor de período...
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