Ora bem...

Tenho andado desaparecido, ando muito viajado portanto. Serve o presente para informar as aventuras e desventuras dos últimos dias...
Começo por expor um problema para resolver em casa aos que me acompanham: O que fazer quando se está numa fila (bicha é feio) já roçando as 4 horas e, subitamente, sem nada o fazer prever, vos dá uma vontade enorme de soltar uns gases nocivos que em muito vão prejudicar o buraco do ozono e muito possivelmente o bem estar dos muitos vizinhos de fila? Muitas hipoteses me correram pela cabeça, entre as quais uma que envolvia sair da fila por uns instantes para "espreitar" qualquer coisa, colocar-me estrategicamente ao lado de uma criança e largar a bomba (drop the bomb dá muito mais impacto à coisa mas enfim..), fazendo depois um olhar depreciativo e o gesto da mão abanante pelo nariz, enquanto voltava ao meu lugar. Confesso que poderia resultar, se bem executado, mas optei pelo clássico tossir simultâneo com a emissão nociva, seguido pelo olhar para todos os lados, franzindo o sobrolho como quem diz: "EH LAAA!CAGARAM-SE!!"
E o/a leitor/a, como se desenrasca numa situação precária como a descrita?

Regresso então de Terras de Sua Majestade, e desenganem-se os que penso que falo do Reino (des)Unido, falo sim do nosso Algarve, mais concretamente do resort de luxo de Vale do Lobo. Obviamente que o local de estadia não era em Vale de Lobo mas sim em Quarteira, a poucos Km do mesmo. Para este local a deslocação era exclusivamente nocturna. Que há a dizer sobre este local? Certamente conhecem a série O.C. transmitida na FOX, pois bem, na minha modesta e ignorante opinião retrata de alguma maneira o que estes dois (LINDOS) olhos verdes vislumbraram. Putos mimados, cheios de dinheiro e sem preocupação com o que podem ou não fazer porque o papá paga tudo, sempre alcoolicamente intoxicados e sempre prontos a bater em tudo e todos porque é cool andar com o olho roxo, e feios, tão feios...Miúdas de 16/17 anos, a maior parte loiras (90%, o que para muitos como eu é a perdição), vestidos que não são vestidos, são trapinhos que tapam a "chicolina" e pouco mais (quem vestir calças é portuguesa, 99.8% das vezes), esculturalmente construídas que até provocam ânsias e caras de boneca em 60% dos casos...sou capaz de me ter apaixonado 30 vezes por hora.
Enfim, loirices à parte, as noites foram porreiras, deu para rir, deu para ser barrado na discoteca uma das vezes porque não possuiamos cartão de residente e deu para mandar (muitas) bocas a inglesas, em Português. Não exponho aqui porque são algo hardcore...get it?
Aproveito também para expor a minha primeira ida ao casino!!E qual é a primeira coisa que a qualquer jovem macho, com as hormonas no auge e o poder de duplicar a população de Portugal (consoante o tempo e a hora) vem à cabeça quando se pensa em casino? A série Las Vegas! Piscinas cheias de mulheres, algumas em topless, anfitriãs como Samantha, Mary e Delinda, festa até mais não, muita cor e alegria...ok, grande erro! O casino de Vilamoura é uma mistura de supermercado com a associação nacional voluntária de porteiros. Joguei 10 euros numa máquina, primeira e última experiência casinesca...

Mais um problema para resolver aí em casa: Imaginemos o seguinte, acabaram de pedir uma francesinha às 7 da manhã e enquanto não está pronta decidem ir fazer um xixi. No chão da casa de banho, ao lado da sanita mas um pouco mais afastada dela, reluzindo na vossa direcção, uma moeda de 1€...o que fazer?
No meu caso, depois de muito ponderar os prós e contras e com a ajuda de algum papel higiénico a francesinha ficou-se pelos 6€...

Já de regresso à santa Terrinha, passo por uma placa que me indica, à esquerda "Aldeia do Futuro", seguindo eu em frente não posso deixar de me indagar...o que haverá na Aldeia do Futuro?? Tractores Voadores? Teletransporte para a mercearia da Ti Xica? E mais...afinal, onde se situa a aldeia do passado??

Rescaldo...

A tristeza de viver em Portugal e de ser Português afinal superou em tudo a minha expectativa, deixo apenas uma frase de uma revista de fotografia que adquiri, que exprime, de modo sucinto, a minha opinião relativamente a esta febre pela bola:
"(...) num País onde a única coisa que parece unir o povo em torno da sua bandeira é um objecto esférico rolando num relvado. Os mesmos Portugueses que compram tudo na internet porque é barato, que vão a Espanha às compras...porque é barato, que mandam vir as camâras fotográficas de fora...porque é barato, enchem-se de brios e desfraldam (ou estendem...) bandeiras nos estendais e pespegam o estandarte no carro, por todo o lado, numa ilógica febre nacionalista que lhes passará logo que a bola acabe. E que, talvez, o país se fine, porque estiveram todos a ver a bola, esquecidos da realidade que lhes corre logo do lado de fora da porta de casa."
Agora que a bola acabou, e depois de uma recepção estupidamente heróica dos jogadores por adeptos que, pelos vistos, preferem passar horas a destilar para ver chegar de autocarro senhores que recebem de ordenado mais num mês que 3 gerações das suas famílias do que passar o domingo com a família ou amigos na praia por exemplo, a crise voltou! Já há incêndios por todo o lado, explosões na Índia, Coreia do Norte pronta a nuclear os EUA, Bush continua idiota, Portugal está na merda e os políticos estão-se a cagar para isso porque têm o deles assegurado.

Enfim, mudando de assunto, uma coisa que me faz alguma confusão são os "jornalistas" do mundial que aparecem por lá nas entrevistas com telemoveis em vez do clássico microfone...e pergunto...porquê?
Será que se tratam de estações televisivas ou radiofónicas tão limitadas orçamentalmente que não conseguem de maneira nenhuma arranjar um microfone? Ou será que, imaginemos, se trata de um menino da mamã que telefona à mesma para confirmar o seu paradeiro? "Mãe, tou ao pé do senhor que tá a ser entrevistado, ora ouve!"

Os últimos dias foram de viagem, sexta e sábado andei por Lisboa, na minha primeira experiência nocturna por esta cidade. Sexta feira fui até à "fama", a discoteca que, segundo li, supostamente teria como porteiras Sara e Tristana Esteves Cardoso...primeira desilusão da noite...um pretalhão chamado Carlão. Lá entramos e depressa fiquei deslumbrado...com a bela merda que se me apresentava à frente. Betos bebedissímos com as hormonas saltitantes e betinhas morangos com açucar (algumas bastante "comestiveis", tudo com trela e dono). Ponto alto da noite: 7 da manhã e a comer um caldo verde e um pão com chouriço ali para Santos, o que deixa uma ideia da noite em si.
Sábado tinha obrigatoriamente que ser melhor! Começámos pelo bairro alto, que se encontrava apinhado, segundo os locais. Nunca tinha visto tanta gente...esquisita. Que panóplia de grupos que por ali deambulam! Sendo que a parte homogay se encontra representada, na minha opinião, em número excessivo.
Ao atingir a hora crítica do bairro alto (4:00) decidimos ir até ao op art, nas docas, onde dancei ao lado da Sharon Stone Portuguesa, Benedita Pereira, o novo sex symbol aí da Praça Pública por ter mostrado a tetinha e descruzado a perna na nova coqueluche prime time da TVI. Esteve lá, fumou o seu charrinho com as amigas e amigos e seguiu a sua vida.

Gosto de estar de férias, é do que mais gosto de fazer, e mete-me sempre um nico de raiva quando alguém me diz na cara que nas férias se cansa de não ter nada para fazer. Partindo daqui, indago-me porque motivo não tenho tempo para não fazer nada?

Crise?

Mas qual crise????
O Ricardo defendeu 3 penaltis! O Cristiano Ronaldo conseguiu que Rooney fosse expulso! Portugal está nas meias!

Crise?



Mas qual crise?
Desemprego?
Pobreza?
Merda até mais não?
País à beira do colapso?
PORTUGAL CAMPEÃO!!!



....ás vezes dá-me nojo viver neste País...vamos ser o próximo Brasil e Argentina?

Procura-se...

rapariga, paciente, com espírito de aventura. Que goste de algumas das coisas que eu gosto e desgoste de outras e vice-versa.
Que goste de cinema, que goste de fotografia, que goste de música (nem toda), que me compreenda algumas vezes e que me repreenda quando há razões para isso.
Que esteja consciente que estou amargurado por dentro, sabendo que, de momento, lhe cabe a ela o esforço extra.
Que queira passear comigo, rir comigo, crescer comigo.
Que, de preferência, não fume e não beba.
Que seja alegre.
Que me queira.

Que me queira....

É um anúncio pessoal muito exigente?