Chegado de mais uma tarde, refastelei-me no sofá e peguei no diário cá da zona, Diário do Sul de seu nome. A preguiça era tanta para me levantar que folheei todo o jornal, chegando à parte dos despegamentos da vida do dia, falecimentos, portanto.
Chamou-me à atenção um senhor com o nome de António Vivo, e pôs-me a pensar. Como é que a notícia foi dada de amigos para amigos do defunto?
1-"Olha, tás a ver o vivo?"
2-"Neste momento não porque não está no meu campo de visão, mas sei a quem te referes"
1-"Morreu!"
É um nome complicado para dar este tipo de notícias, suponhamos que este senhor faleceu devido a doença prolongada (um eufemismo bonito dos noticiários para cancro), imaginemos este senhor, à espera dos resultados dos exames que efectou, quando chega o médico com uma folhinha e diz:
"Senhor Vivo?"
SV-"sim"
MD-"tem cancro"
Como é que este senhor anda na rua depois de saber uma notícia destas? Isto partindo do princípio que amigos/conhecidos o tratam pelo apelido.
"Tão vivo? Como vai isso?" ;
"Tão vivo?Vai-se vivendo não?" (há sempre um engraçadinho que faz um trocadilho maravilhoso destes).
É o pensar em coisas destas que ocupa a maior parte do meu tempo...
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