quinta-feira, agosto 07, 2008

X-Files - I want to believe


Tive oportunidade de ir à ante estreia do desejado regresso de Mulder e Scully ao grande ecrã (e, a partir daqui, quem sabe ao pequeno?) e aproveito para deixar a minha opinião para aqueles que me acompanham...
Podem-me perguntar, "é um episódio grande?" é. E que bem que soube voltar a ver duas personagens que me acompanharam ao longo de 9 anos nas mais diversas aventuras, que me fizeram duvidar do escuro, que me fizeram questionar a existência de vida para além do nosso planeta, que me "elucidaram" sobre os meandros do governo americano e suas sub-estruturas, que, no fundo, me introduziram no mundo do paranormal...a mim e a milhões de crianças e adultos.
Não pretendendo spoilar o filme, Mulder e Scully vivem finalmente uma relação amorosa e não houve filme gasto a explicar como se juntaram e como foi o primeiro beijo, etc etc, era algo que toda a gente que acompanhava a série esperava e que, na minha opinião, fizeram muito bem.
Desenganem-se aqueles que vão à espera de ET's e de conspiração do governo (Trust no one), temos sim um filme de acção em que a principal premissa centra-se no desaparecimento de elementos do sexo feminino, desaparecimentos esses englobados num esquema de tráfico de orgãos humanos para mais tarde efectuar experiências com implante desses mesmos orgãos...a perceber-se melhor aquando a visualização do filme.
A parte "paranormal" do filme prende-se com a existência de um padre (banido por tratar bem de mais os meninos da catequese) que é atormentado por visões das raparigas desaparecidas e que, através das mesmas, conduz os elementos do FBI a corpos vitimados por algo que não se sabe bem o quê.
Vamos às estrelas da companhia:
Dana Scully é agora médica a tempo inteiro numa espécie de Misericórdia lá da zona e vê-se confrontada com decisões e dilemas morais acerca de um tratamento inovador para com uma criança, enquanto é pressionada pelos seus superiores (padres, pois claro) para deixar a criança morrer em paz (tão fofinhos).
Fox Mulder é um eremita, escorraçado da sociedade e procurado pelo FBI, isola-se numa casa de campo onde aparentemente vive com Scully. O seu passar de tempo inclui recortar notícias de jornais e colocá-los na parece com um piónes e espetar lápis no tecto (teto??hahaha)
Ambos são contactados pelo FBI para ajudar a resolver o tal caso do padre com visões e das mulheres desaparecidas, com a condição de Mulder ver os seus antigos "pecados" perdoados.
O filme está bem conseguído, apesar de algumas falhas no guião, deixa os fãs satisfeitos e os que só agora estão a ter contacto com as personagens curiosos em querer saber mais.
A relação entre Mulder e Scully está bem explorada e finalmente vê-se materializado o tal clima de romance que pairou no ar durante largos anos, atingindo aqui um expoente tal que as escolhas pessoais relativamente à carreira irão influenciar directamente a relação. Relativamente às restantes personagens, destaque para Billy Connolly, que construiu um padre sombrio, psicótico e doente (meninos da catequese foram 35 que lhe passaram pelas mãos...e por outros lados da sua fisionomia). XZibit está mas podia não estar e Amanda Peet também não aquece nem arrefece.
Referência ainda para alguns diálogos de qualidade entre Mulder e Scully e entre Scully e o padre.
Não é mentira nenhuma quando digo que há episódios bem melhores que este filme de quase duas horas, e que há mais de CSI aqui do que os X-Files que cresci a ver, mas o que é certo é que, passados 10 anos do primeiro filme, este só veio deixar água na boca para voltar a ver Mulder e Scully a re-abrir os ficheiros secretos. Venha o paranormal, venham conspirações, venham os "little green men"...cá os esperamos.
7/10

trailer (engana...):

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