sexta-feira, março 27, 2009

E de novo, Madrid...

Ao que tudo indica Madrid começa a tornar-se a pouco e pouco um destino de eleição turística deste que vos escreve. Desta vez, a visita à capital Espanhola foi curta mas intensa, com dois concertos em outros tantos dias. Pergunta o ignorante leitor que me visita neste espaço lúdico-didático, "ó José, deslocaste-te propositadamente a Madrid para ver dois concertos?" ao qual replico "não foi isso que escrevi mesmo agora ó mentecapto sem qualquer tipo de utilização num contexto de vida real???" e o leitor, intimidado e magoado com tal arrogância, sai de mansinho e jura para si próprio que nunca mais visitará esta nódoa do mundo dos blogues. E a alegria transborda de meus poros, por me ter livrado de tal incompetência.
Ficam então as pessoas que, do alto da sua mediana capacidade mental, descortinaram algo como "Sim senhores, este José é um rapaz que, para além de extremamente atraente, prolifera de iniciativas pessoais, indo acompanhar as bandas que aprecia, fora do País, evitando assim as confusões festivaleiras que se tornaram os concertos em Portugal, onde uma banda raramente vem para dar O seu concerto e é "enfiada" num cartaz com mais 5 ou 6 nomes, tendo 40 minutos (nos melhores casos) para actuar. Perde-se, se não forem uns Metallica, a interacção com o público que permite estabelecer uma relação de contacto directo, sem palcos gigantes onde os artistas são formigas à distância, sem seguranças hormono-dependentes, sem os 10 metros que separam o fim das "grades de seguranças" do palco...este José é um ser humano impecável."
E eu concordo e agradeço.

Ficam os nomes das estrelas de dia 19 e 20 últimos, respectivamente:
Cult of Luna e The Haunted.
O que dizer dos concertos? Fantásticos (e penso ser a primeira vez que uso esta palavra neste blog, uma vez tratar-se de uma palavra muito, muito abichanada). Cult of Luna confesso que era um ignorante na matéria, conhecendo apenas os temas que habitam no myspace da banda. Depressa me converti e fui forçado a render-me à brutalidade de som que estes senhores debitam. Ficaram logo 30€ numa peça de merchandising e a certeza de um acompanhamento mais próximo do trabalho de estúdio. Neste momento é o que roda no leitor do bólide.
The Haunted, é difícil de explicar o que se passou. Talvez a melhor analogia que posso empregar neste caso será o exemplo do menino que acorda cedo na manhã de Natal e ainda ensonado, calça as pantufas do pluto e desce as escadas enquanto esfrega os olhos, sendo que, do nevoeiro inicial, após correcta focagem, maravilha-se com uma árvore recheada de presentes das mais diferentes formas e cores, iniciando de seguida o processo de abertura dos mesmos, sempre com aquele ar e sorriso estúpido de felicidade, os olhos a brilhar (sem necessitar de fumar nada) e aquele puto está, verdadeira e genuinamente, contente. Era assim que me sentia, um autêntico puto, diante de uma das bandas favoritas, que ainda não tinha tido oportunidade de degustar ao vivo, tornando aquele momento exponencialmente mais especial. Fim de palco, eu. Sem seguranças, sem grades, os artistas à distância de um esticar de braços. A energia, a vivacidade, o poder. Tinha saudades de um concerto assim.

Ponto importante a reter: salas de espectáculo Espanholas. Seria bom pegar no exemplo dos nossos manos ibéricos. Salas onde num dia podemos encontrar uma mega rave-drum-ferrinhos-techno-psico-bum e no dia seguinte temos um concerto de Metal-screamo-trasho-agriculto-core. E não é ao bom estilo tuga do desenrasca, "mete-se aqui umas colunas a apontar para cima que isto com a ressonância vai lá". Os Espanhóis sabem o que fazem e a sala Live é uma prova disso: à primeira vista um típico bar-discoteca, transformado (como deve ser) para receber concertos. Salas com condições para isto não há em Portugal, e em 2008 fecharam alguns clubes pequenos-médios onde ainda se realizavam alguns eventos, sempre a muito esforço. Os Espanhóis possuem condições brutais para realizar um pouco de tudo, desde que bem gerido. Não é exclusivo de A ou exclusivo de B, e, tal como em Portugal, têm público para A e B. Infelizmente em Portugal assistimos muitas vezes ao "aqui só A", "aqui só B", sendo comum o "aqui só merda", no que diz respeito a condições.

Bem, concertos à parte, falo agora sobre a estadia, que, impreterivelmente, teve lugar num Hostel. Ficar hospedado num hostel é como praticar o coito com 4 prostitutas de leste com doenças desconhecidas e aguardar ansiosamente pelo resultado das análises sanguíneas, ou seja, é sempre uma surpresa. Uma surpresa, no que diz respeito aos companheiros de camarata, neste caso. E, antes de mais, devo fazer uma pequena adenda: A minha educação teve uma base cinematográfica que me ensinou que, em situações de viagens, com amigos, para outros Países, com especial destaque para as estadias em Hostels, onde a mistura de géneros é um pré-requisito, existe 96% de probabilidade de pelo menos 3 das nossas companheiras de quarto serem super modelos ninfomaníacas com um especial interesse na vossa pessoa, e por vossa pessoa refiro-me, obviamente, ao membro reprodutor masculino que, no meu caso, leva a alegria e felicidade ao povo feminino. Fui educado assim. Pergunto, porque me enganaram? Porque vivi eu numa mentira até tomar contacto com a dura e penosa realidade? Porquê Hollywood? Porquê??
Porque motivo tive de dividir uma camarata com uma Alemã possuidora de astronómicas semelhanças físicas com a Miss Piggy depois de uma ida à fábrica de chocolate? Para além destas invejáveis medidas (estou ainda traumatizado e revoltado com o mundo de Hollywood, a rapariga não tem culpa mas, em prol da minha sanidade, sinto-me necessitado a descarregar em algo), a Piguita penetrava-nos com um olhar psicopata intimidante, com o seu cabelo loiro, sujo, e fala arrastada. Durante duas noites o meu descanso nocturno foi condicionado por duas possíveis realidades:
a) abusado sexualmente durante o sono e acordar numa poça de sémen, fezes e sangue;
b) ser sacrificado durante o sono, para um qualquer Deus da fertilidade que exige um desmembramento do apêndice do amor.
Descansava, a custo, ponderando qual a melhor opção...

Durante o dia o animal lia uns livros e tentava traduzir frases de alemão para espanhol. Obviamente que espreitei para o caderno que ficou à vista de todos (dentro da mala, fechado no cacifo) quando a coisa se ausentou e pude ler em espanhol, por entre rabiscos "donde puedo comprar cuchillos grandes?"; "a mi me gusta ir al bosque a la noche", entre outras frases perturbadoras.
O monstro era de tal modo doentio que fez questão de entrar, com gosto, na casa de banho minúscula imediatamente após a descarga de um pastel de merda do meu colega de viagem, pastel esse detentor de um cheiro que levou à bênção da sanita e azulejos circundantes três vezes, com a suspeita dos mesmos terem ficado possuídos pelo demónio do cocó.
Aquando um novo uso da casa de banho pela criatura, aproveitámos a oportunidade e corremos dali para fora, só parando de correr após ultrapassar o perímetro delineado previamente no qual o seu faro seria incapaz de nos detectar.
Ainda hoje apenas consigo dormir em posição fetal, ao canto da cama, encostado à parede, lembrando aquele olhar lascivo...

2 comentários:

Anónimo disse...

aiii q triste estou...nem uma unica referência ás coleguitas do coração com kem estiveste a partilhar umas horinhas na capital espanhola?? buaaaaa só t digo q a sra hospedeira n me tava deixar embarcar após um pormenor técnico...aí keria ver...era só baba e ranho dp d tt choro qd eu ficasse lá só e abandonada!! se calhar ad me cruzava c a psico alemã...chiça,patrão :s

Sol disse...

E, de Madrid, Madrid, o que foi que se viu? (Salas à parte...)

Confesso aqui publicamente que não faço puta ideia de quem são essas bandas, mas até sou pessoa pa ir procurar qq coisinha ao youtube...

É que sou mais do género "aqui só B", entendendo-se por B, qq coisinha como Dave Matthews... Vá, cospe lá =P