sexta-feira, junho 19, 2009

E viva a liberdade!

Quis o destino que este que vos escreve se encontrasse desperto a horas de poder acompanhar excertos de um qualquer programa da manhã transmitido em directo via televisão para os milhares de idosos que, na companhia destes, encontram novas razões para saborear a vida, fazem o exercício matinal em conjunto com Jorge Gabriel, choram com as situações chocantes e emocionantes por lá debatidas e escrutinadas e cantam em playback com os artistas que, à sua semelhança, também eles "cantam" em sincronia labial com a música de cd como fundo, sincronia essa, nalguns casos, de fraca, fraca qualidade interpretativa. E, foi numa entrevista a um dos artistas convidados, logo após um desses gloriosos e entusiasmantes momentos de elevada qualidade musical, que a seguinte conversa teve lugar:

"Sim, estive em África enquanto criança, andava sempre descalço e quando vim para Portugal estranhei muito. Lá andávamos sempre descalços, a liberdade era outra." Fim de frase, sorriso, aplausos...

Sim, eu próprio, quando vejo alguma reportagem onde filmem uma criança da Gâmbia, Congo ou Somália, a primeiríssima coisa que me vem à cabeça é "Que criança tão feliz, anda descalça e tem tanta liberdade...as moscas é que devem incomodar um bocado..."

Há gente que devia ser pregada a um bloco de madeira lascada com 20 daqueles espigões das tendas de circo para ver a família a ser regada em álcool e incendiada uma a uma depois de abusadas sexualmente pelo top10 dos predadores sexuais do Paraguai.


1 comentário:

Grande Querida disse...

ainda estou a decidir se deva ficar preocupada com a descrição da tortura feita pelo josé, ou se por outro lado o admire por tal imaginação.