sábado, maio 27, 2006

Regresso...

..a uma casa vazia. Onde outrora me assombrava o espírito da tristeza vejo-me agora assombrado pelo espírito da solidão.
Entro em casa sozinho e saio isolado, sem ter ninguém para quem possa ir, alguem com quem sinta segurança, num futuro.
Vejo a minha vida com razões suficientes para me identificarem como um caso "perigoso", um possivel suicida, e tu que estás mais próxima de mim que ninguém, temes que faça o mesmo que eles fizeram. Que fique bem claro que, apesar de tudo e me sentir sozinho, não pretendo desistir da vida, não quero ser fraco como outras pessoas foram, quero viver.
Agarro-me à hipotese de te ter de novo, deixem-me sonhar. Se não o amor, que seja o sonho que comanda a vida.

Regressado de mais um encontro de enfermagem, desta vez na praia da Galé, Melides, Grândola, Alentejo, Portugal, partilho com os fieis leitores alguns momentos que me marcaram, por boas e más razões.
Começo pela estrada que antecede Grândola, perfeitamente saída de um video informativo do Instituto Português de Oncologia, enormes que eram os "tumores" que desabrochavam na berma da estrada de ambos os lados, culpa das raízes (afirmo eu convicto do alto da minha sabedoria harborícola). A única solução, para além de esburacar o chão e arrancar as raízes uma a uma (o que seria trabalhoso), foi conduzir a meio da estrada, afim de as evitar. A diversão começava quando me cruzava com um veículo em sentido contrário...deixava de conduzir e passava a controlar um comando da playstation, sendo o jogo o lendário wipeout...
Resumidamente, o que mais me descontraiu foi sem dúvida a água do mar, as ondas, sempre gostei do mar agitado e este correspondeu às minhas exigências e, tirando o último dia, fez-me a vontade e permitiu que andasse por lá a levar sovas.
Como resultado dos dias de praia agitados, à noite as dores nas costas eram mais que muitas, e mesmo com Nolotil no bucho (analgésico) tinha de recolher mais cedo à tenda para lhes dar o merecido descanso.
Uma coisa que ninguém explica: Hora do banho, filas para o banheiro femenino só raparigas, filas para o banheiro masculino raparigas e rapazes... e não é que me queixe, pois até é bastante agradável à vista, mas torna-se, para mim, algo complicado e até atrapalhador (isto existe?) proceder à minha higiene de forma concentrada, rítmica e seguindo um esquema previamente definido quando no duche ao lado, separado por uma fina camada de tijolo, ladrilho e cabelos rebeldes, estão duas raparigas a tomar banho, NUAS e aos risinhos, e não são gargalhadas, trata-se de risinhos inocentes...daqueles que fazem um gajo pensar: "ixxxxx, o que pá li vai!!!!"
Na última noite, e como tenho andado com uma sorte brutal, chego ao meu bólide novo para o encontrar assaltado. Mas, e aqui com algum orgulho digo, fui vítima de um novo tipo de assalto, o "curte lá eu a assaltar carros mas a não levar nada porque sou atrasado mental e filho da puta". M.O: chave de fendas ao lado da ranhura para a chave e empurrar, ao que parece opel corsa e clios são um convite para este tipo de entrada. Não levaram nada, será o meu gosto muscial tão precário que nem uns ladrões merdosos apreciam? Os cd´s que estavam ficaram. A única coisa alterada foi o pneu sobresselente, em vez de estar por baixo do tapete na traseira do automovel, estava por cima. Não percebi nada deste assalto, será que interrompi o mesmo quando fui buscar o carro para mais perto do parque de campismo? Ou será que interrompi quando me fui embora?
Resultado: Ganhei um buraco novo na porta, um pouco inestético...
Dia 26 abandonei o referido encontro e vim dormir a casa, para no dia seguinte fazer uma surpresa, gosto de acreditar que foi apreciada.
A caminho de Lisboa para mais uma edição do Super Bock Super Rock (ao todo já contabilizo 5 - 7ª, 8ª, 10ª, 11ª e agora 12ª) e a maior expectativa da noite depressa deu lugar à maior desilusão. A banda que me levou à 7ª edição, em 2001, ao coliseu dos Recreios, para um dos concertos mais brutais que tive o prazer de assistir já não é o que era. Deftones...Chino Moreno já não tem voz, e quando a tem são efeitos por tráz. Os únicos momentos que me convenceram foram uma das músicas novas e um medley pelas músicas do adrenaline (apesar de não achar muita piada à primeira parte da 7 words).
Placebo é sempre igual e não traz nada de novo, não aprecio, mas respeito a homossexualidade, lá longe...
Tool, não há palavras. Um misto de som, imagem e poder puro. Grande concerto, músicas de 6-7 minutos fazem com que, para os apreciadores, um "cigarro especial" parecer 4 ou 5, até porque é essa quantidade que fumam, apenas não se apercebem.

Aproveito para dar os meus parabéns aos senhores da GESTIPONTE, por num dia em que há tão pouco trânsito, em que Rock in Rio e Super Bock Super Rock cessam actividades sensivelmente há mesma hora e há milhares de pessoas que necessitam de atravessar a ponte 25 de Abril, cortarem uma das faixas de rodagem à hora ideal para acumular filas de trânsito que demoraram 1 hora e meia (!) para fazer 3 km!!! A Gestiponte é o Sistema de supervisão por computador da ponte, ou seja, andavam a arranjar umas câmaras. Genial...brilhante decisão de uma mente brilhante.

Tá feito.

sábado, maio 20, 2006

Enfim....

Estou sozinho, literalmente. Tenho amigos, e mesmo nao os desvalorizando, aplico a palavra só, só tenho amigos.
Perdi a minha princesa, o meu mor, a minha namorada, a minha outra vida.
Decisões são para ser respeitadas...por muito que custe entendê-las...mais uma dúvida para me atormentar...mais uma para o saco cada vez maior e pesado. Espero que não rebente, não o pretendo.
É a vida?
Foda-se...puta de vida.

Enfim...
Em jeito de descanso vou uma semana para a Galé, Costa Alentejana, para mais uma edição do encontro nacional de estudantes de enfermagem, encontro esse que será o meu último enquanto estudante, o que começa a fazer um pouco de comichão, o abandono do título de "estudante" para se tornar "licenciado".
Passando a outros assuntos, encontro-me neste momento a estagiar (até dia 30 de Junho) no centro de Saúde de Redondo, e sou forçado a notar algumas coisas peculiares no decurso da viagem diária.
1º mosquitos e outros bichos que contenham no seu interior qualquer tipo de líquido viscoso possuem uma estranha atracção pela parte frontal do meu bólide ao longo da viagem.
2º os felinos desta zona em particular não têm por hábito a passagem na passadeira ou no semáforo e encontro muitos a "dormitar" à berma da estrada, muitos deles chegam a estar no meio da estrada, vejam bem...
3º o número de pessoas que circulam a 60km/hora na estrada, no sentido para o qual me dirijo é directamente proporcional ao tempo que me resta para as 9:00 horas da manhã

E agora me despeço, até daqui a uma semana, espero que o tempo esteja bom porque preciso mesmo de descontrair um bocado.
Deixo aqui um Amo*te...espero que....enfim....

terça-feira, maio 16, 2006

domingo, maio 07, 2006

Agora com mais calma...

..e com o sistema nervoso ligeiramente restabelecido, decidi partilhar o que tem acontecido nestes últimos dias.
Muitos poderiam chamar-lhe mau olhado ou praga, vou optar simplesmente por escolher as palavras "azar do caralho" para descrever tudo o que tem acontecido por estes lados.
Depois de perder a minha mãe em março as coisas nunca mais foram as mesmas, para mim, para o meu pai, para os amigos e familiares que conheciam de perto a Senhora (com S grande)em questão e sabiam que nada antevia o sucedido.
Amigos meus que estudavam longe estiveram cá para mim, incodicionalmente. Entre eles o Jaime. O Jaime é um amigo que vem de tras, dos tempos da parvoíce inocente.
A amizade começou na natação, foi nela que nos tornámos manus koxos (eu, ele, pedro, joni e carapinha), sendo que eu era manu koxo honorário porque era o único que nunca tinha ficado literalmente coxo num estágio em santo andré.
Tardes a jogar nintendo, pc, super nintendo, sega saturn, playstation, coca-cola, bolo de bolacha, croissants, banhos da mangueira, disparar com a pressão de ar, jogar à bola no descampado ou simplesmente ler livros do homem aranha, x-men ou super homem eram as férias de verão na altura no monte do Jaime.
Ultimamente o Jaime não vinha à Santa Terrinha muitas vezes, o curso de Engenharia Electrotécnica na Nova (Caparica) e a sua namorada eram agora as prioridades lógicas, deixando sempre algum tempinho para os antigos camaradas de armas quando visitava a terra natal.
No dia 15 de Abril telefonou-me, disse-lhe que estava a ver o Laranja Mecânica. Veio ter comigo e vimos o filme, chegaram mais dois amigos meus, acabou o filme e ficámos até às 4 da manhã a jogar PES 5. No dia seguinte, ao almoço, com os pais, disse aos mesmos que estava preocupado comigo pelo que me tinha acontecido e que agora vinha mais vezes à Santa Terrinha para estar comigo.
Passados 3 dias o Jaime decidiu pôr termo à sua vida, lançando-se despreocupadamente de uma ravina. Esteve dois dias desaparecido até a polícia o encontrar. Justificação? Universidade.
Mais uma vez e praticamente com um mês de intervalo, a frase "como é que é possivel?" ecoou pela minha cabeça vezes sem conta, acrescentando um novo tormento ao já sempre presente.
Fica bem puto.
Uma semana depois sou informado pelo meu pai que o meu tio avô (irmão da minha avó, tio do meu pai) é assassinado pela mulher enquanto dormia com um tiro de caçadeira e a mesma se enforca logo depois.
Confesso que não era próximo destes familiares, mas...família é família, e o que me preocupa mesmo é a minha avó e o meu pai, pois começa a ser demasiadas coisas para assimiliar, aceitar dentro dos limites do possivél e olhar para a frente.

Últimas palavras a dizer:
Mãe, toma conta dele.
Jaime, toma conta dela.
Manus koxos para sempre.

O que é que se passa com as pessoas?